Caritas São Paulo abre as portas à população, e refugiados compartilham suas histórias com brasileiros (Acnur, 06/07/2016)

O evento estimulou o debate sobre o impacto humanitário das guerras e dos conflitos, que segundo dados mais recentes da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

Para ampliar a conscientização relação ao tema do refúgio e marcar as celebrações em torno do Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), a Caritas Arquidiocesana de São Paulo abriu suas portas recentemente à população para mostrar seu trabalho no Centro de Referência para Refugiados. O evento estimulou o debate sobre o impacto humanitário das guerras e dos conflitos, que segundo dados mais recentes da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), mantém 65,3 milhões de pessoas fora dos seus locais de origem em todo o mundo.

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Um dos principais momentos do encontro foi a roda de conversa com a participação de quatro refugiados que vivem no Brasil: a colombina C’ayu (18 anos de idade), o paquistanês Partha (38), o sírio Miguel (29) e o congolês Sikabaca (29). O debate foi conduzido pela advogada Larissa Leite, da Caritas São Paulo, que apresentou o trabalho da instituição e também um resumo da situação política dos países dos quatro palestrantes.

São Paulo, 06 de julho de 2016 (ACNUR) – Para ampliar a conscientização relação ao tema do refúgio e marcar as celebrações em torno do Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), a Caritas Arquidiocesana de São Paulo abriu suas portas recentemente à população para mostrar seu trabalho no Centro de Referência para Refugiados. O evento estimulou o debate sobre o impacto humanitário das guerras e dos conflitos, que segundo dados mais recentes da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), mantém 65,3 milhões de pessoas fora dos seus locais de origem em todo o mundo.  Um dos principais momentos do encontro foi a roda de conversa com a participação de quatro refugiados que vivem no Brasil: a colombina C’ayu (18 anos de idade), o paquistanês Partha (38), o sírio Miguel (29) e o congolês Sikabaca (29). O debate foi conduzido pela advogada Larissa Leite, da Caritas São Paulo, que apresentou o trabalho da instituição e também um resumo da situação política dos países dos quatro palestrantes.  Olhares atentos acompanharam os depoimentos de pessoas que foram forçadas a deixar seus países, histórias sobre deslocamentos e também mudanças de vida, após a chegada ao Brasil. “Quando eu falava no telefone com a minha mãe, perguntava como ela estava e ela sempre dizia: ‘está tudo bem, mudava de assunto e perguntava sobre mim’. Chegando aqui, ela me contou muitas coisas que aconteceram lá, como o dia em que teve de sair correndo de casa, porque avisaram que sua rua ia receber um bombardeio aéreo”, contou Miguel, que vive no Brasil desde 2013.  Outra questão importante levantada foi a falta de informações sobre o que acontece nos países afetados por conflitos. “Quando digo que sou colombiana e estou refugiada, algumas pessoas me perguntam: ‘mas por que, se a Colômbia é ótima?’ ”, disse C’ayu. A jovem ainda alertou que o país onde nasceu possui problemas que vão além do conflito entre o governo e grupos guerrilheiros, que é geralmente ressaltado no noticiário brasileiro. A pouca exposição midiática também foi criticada por Sikabaca: “Ninguém tem olhos para ver o que está acontecendo no Congo”, questionou.  As histórias demonstram a complexidade dos motivos que obrigam as pessoas a deixar seus lares, situações de grave perseguição por causa de nacionalidade, religião, opinião política ou grupo social. “Acredito que nossas histórias precisam ser ouvidas. O problema que enfrentei no meu país é porque sou diferente”, explicou Partha, numa referência à sua orientação sexual e de gênero. Partha chegou a passar por diversos países da América Latina antes de desembarcar no aeroporto de Guarulhos. Mas as dificuldades não acabam após a chegada ao Brasil, pois no contexto brasileiro outras questões impõem barreiras no processo de adaptação, como lembrou Sikabaca. “A integração não é fácil para os refugiados, sobretudo para quem tem a pele negra”.  Uma data para conscientização – Os participantes do evento também tiveram a oportunidade de conhecer o espaço da CAPS para o atendimento a refugiados, por meio de visitas monitoradas por funcionários da instituição, com informações sobre o tipo de serviço oferecido pelos programas da Caritas.  Para a assistente de Coordenação da CASP, Talitha Iamamoto, a alusão ao Dia Mundial do Refugiado (20 de junho) reforça a necessidade de conscientização em relação ao tema. “Não há nada para se comemorar no fato de existirem 65 milhões de deslocados forçados hoje no mundo. Nosso objetivo foi homenagear a força, a coragem e a resiliência dos refugiados que nos ensinam tanto, todos os dias”, destaca.  A data marcou também o último evento organizado no endereço atual do Centro de Referência para Refugiados da Caritas SP, pois a partir do dia 21 de julho os atendimentos passam a ocorrer na ?Rua José Bonifácio, 107, no Centro. O espaço se despede após receber aproximadamente 80 pessoas em um encontro de diversidade cultural, informação, culinária e música.  Por Nilton Carvalho, de São Paulo        Atras Noticias relacionadas  Atletas da Equipe Olímpica de Refugiados chegam ao Rio nesta 6ª feira 28 de julho 2016 Trégua Olímpica: chefe da ONU pede suspensão das hostilidades em todo o mundo 26 de julho 2016 Oficina de artesanato empodera e fortalece vínculos de mulheres refugiadas em Brasília 21 de julho 2016 Banda de refugiados sírios faz sucesso em Berlim 19 de julho 2016 São Paulo aprova sua própria lei para refugiados e imigrantes 15 de julho 2016 Tweetar2Curtir100  Site desenvolvido por Fundación Galileo,  © ACNUR 2001 - 2016 × Durante o evento “Portas Abertas”, refugiados atendidos pela Caritas Sao Paulo compartilharam histórias e experiências com brasileiros interessados na causa do refúgio. ©ACNUR / N.Carvalho
São Paulo, 06 de julho de 2016 (ACNUR) – Para ampliar a conscientização relação ao tema do refúgio e marcar as celebrações em torno do Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), a Caritas Arquidiocesana de São Paulo abriu suas portas recentemente à população para mostrar seu trabalho no Centro de Referência para Refugiados. O evento estimulou o debate sobre o impacto humanitário das guerras e dos conflitos, que segundo dados mais recentes da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), mantém 65,3 milhões de pessoas fora dos seus locais de origem em todo o mundo. Um dos principais momentos do encontro foi a roda de conversa com a participação de quatro refugiados que vivem no Brasil: a colombina C’ayu (18 anos de idade), o paquistanês Partha (38), o sírio Miguel (29) e o congolês Sikabaca (29). O debate foi conduzido pela advogada Larissa Leite, da Caritas São Paulo, que apresentou o trabalho da instituição e também um resumo da situação política dos países dos quatro palestrantes. Olhares atentos acompanharam os depoimentos de pessoas que foram forçadas a deixar seus países, histórias sobre deslocamentos e também mudanças de vida, após a chegada ao Brasil. “Quando eu falava no telefone com a minha mãe, perguntava como ela estava e ela sempre dizia: ‘está tudo bem, mudava de assunto e perguntava sobre mim’. Chegando aqui, ela me contou muitas coisas que aconteceram lá, como o dia em que teve de sair correndo de casa, porque avisaram que sua rua ia receber um bombardeio aéreo”, contou Miguel, que vive no Brasil desde 2013. Outra questão importante levantada foi a falta de informações sobre o que acontece nos países afetados por conflitos. “Quando digo que sou colombiana e estou refugiada, algumas pessoas me perguntam: ‘mas por que, se a Colômbia é ótima?’ ”, disse C’ayu. A jovem ainda alertou que o país onde nasceu possui problemas que vão além do conflito entre o governo e grupos guerrilheiros, que é geralmente ressaltado no noticiário brasileiro. A pouca exposição midiática também foi criticada por Sikabaca: “Ninguém tem olhos para ver o que está acontecendo no Congo”, questionou. As histórias demonstram a complexidade dos motivos que obrigam as pessoas a deixar seus lares, situações de grave perseguição por causa de nacionalidade, religião, opinião política ou grupo social. “Acredito que nossas histórias precisam ser ouvidas. O problema que enfrentei no meu país é porque sou diferente”, explicou Partha, numa referência à sua orientação sexual e de gênero. Partha chegou a passar por diversos países da América Latina antes de desembarcar no aeroporto de Guarulhos. Mas as dificuldades não acabam após a chegada ao Brasil, pois no contexto brasileiro outras questões impõem barreiras no processo de adaptação, como lembrou Sikabaca. “A integração não é fácil para os refugiados, sobretudo para quem tem a pele negra”. Uma data para conscientização – Os participantes do evento também tiveram a oportunidade de conhecer o espaço da CAPS para o atendimento a refugiados, por meio de visitas monitoradas por funcionários da instituição, com informações sobre o tipo de serviço oferecido pelos programas da Caritas. Para a assistente de Coordenação da CASP, Talitha Iamamoto, a alusão ao Dia Mundial do Refugiado (20 de junho) reforça a necessidade de conscientização em relação ao tema. “Não há nada para se comemorar no fato de existirem 65 milhões de deslocados forçados hoje no mundo. Nosso objetivo foi homenagear a força, a coragem e a resiliência dos refugiados que nos ensinam tanto, todos os dias”, destaca. A data marcou também o último evento organizado no endereço atual do Centro de Referência para Refugiados da Caritas SP, pois a partir do dia 21 de julho os atendimentos passam a ocorrer na ?Rua José Bonifácio, 107, no Centro. O espaço se despede após receber aproximadamente 80 pessoas em um encontro de diversidade cultural, informação, culinária e música. Por Nilton Carvalho, de São Paulo Atras Noticias relacionadas Atletas da Equipe Olímpica de Refugiados chegam ao Rio nesta 6ª feira 28 de julho 2016 Trégua Olímpica: chefe da ONU pede suspensão das hostilidades em todo o mundo 26 de julho 2016 Oficina de artesanato empodera e fortalece vínculos de mulheres refugiadas em Brasília 21 de julho 2016 Banda de refugiados sírios faz sucesso em Berlim 19 de julho 2016 São Paulo aprova sua própria lei para refugiados e imigrantes 15 de julho 2016 Tweetar2Curtir100 Site desenvolvido por Fundación Galileo, © ACNUR 2001 – 2016 × Durante o evento “Portas Abertas”, refugiados atendidos pela Caritas Sao Paulo compartilharam histórias e experiências com brasileiros interessados na causa do refúgio. ©ACNUR / N.Carvalho

Olhares atentos acompanharam os depoimentos de pessoas que foram forçadas a deixar seus países, histórias sobre deslocamentos e também mudanças de vida, após a chegada ao Brasil. “Quando eu falava no telefone com a minha mãe, perguntava como ela estava e ela sempre dizia: ‘está tudo bem, mudava de assunto e perguntava sobre mim’. Chegando aqui, ela me contou muitas coisas que aconteceram lá, como o dia em que teve de sair correndo de casa, porque avisaram que sua rua ia receber um bombardeio aéreo”, contou Miguel, que vive no Brasil desde 2013.

Outra questão importante levantada foi a falta de informações sobre o que acontece nos países afetados por conflitos. “Quando digo que sou colombiana e estou refugiada, algumas pessoas me perguntam: ‘mas por que, se a Colômbia é ótima?’ ”, disse C’ayu. A jovem ainda alertou que o país onde nasceu possui problemas que vão além do conflito entre o governo e grupos guerrilheiros, que é geralmente ressaltado no noticiário brasileiro. A pouca exposição midiática também foi criticada por Sikabaca: “Ninguém tem olhos para ver o que está acontecendo no Congo”, questionou.

As histórias demonstram a complexidade dos motivos que obrigam as pessoas a deixar seus lares, situações de grave perseguição por causa de nacionalidade, religião, opinião política ou grupo social. “Acredito que nossas histórias precisam ser ouvidas. O problema que enfrentei no meu país é porque sou diferente”, explicou Partha, numa referência à sua orientação sexual e de gênero. Partha chegou a passar por diversos países da América Latina antes de desembarcar no aeroporto de Guarulhos. Mas as dificuldades não acabam após a chegada ao Brasil, pois no contexto brasileiro outras questões impõem barreiras no processo de adaptação, como lembrou Sikabaca. “A integração não é fácil para os refugiados, sobretudo para quem tem a pele negra”.

Uma data para conscientização – Os participantes do evento também tiveram a oportunidade de conhecer o espaço da CAPS para o atendimento a refugiados, por meio de visitas monitoradas por funcionários da instituição, com informações sobre o tipo de serviço oferecido pelos programas da Caritas.

Para a assistente de Coordenação da CASP, Talitha Iamamoto, a alusão ao Dia Mundial do Refugiado (20 de junho) reforça a necessidade de conscientização em relação ao tema. “Não há nada para se comemorar no fato de existirem 65 milhões de deslocados forçados hoje no mundo. Nosso objetivo foi homenagear a força, a coragem e a resiliência dos refugiados que nos ensinam tanto, todos os dias”, destaca.

A data marcou também o último evento organizado no endereço atual do Centro de Referência para Refugiados da Caritas SP, pois a partir do dia 21 de julho os atendimentos passam a ocorrer na Rua José Bonifácio, 107, no Centro. O espaço se despede após receber aproximadamente 80 pessoas em um encontro de diversidade cultural, informação, culinária e música.

Por Nilton Carvalho, de São Paulo

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