Legado da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados é ressaltado pelo COI no encerramento da Rio 2016 (Acnur – 22/07/2016)
Maratonista concluiu participação da equipe nas Olimpíadas, e presidente do COI afirma que atletas são símbolo de esperança para milhões de refugiados
Após duas semanas de competições, disputas emocionantes e dezenas de recordes, os Jogos Rio 2016 foram encerrados ontem, tendo como um dos seus principais legados a participação histórica da inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados.
Composta por 10 atletas de quatro nacionalidades diferentes, a equipe participou das competições de natação, judô e atletismo. Mesmo sem conquistar nenhuma medalha, a equipe foi uma das mais aplaudidas pelo público durante os Jogos – desde a festa de abertura até o encerramento, na noite de ontem – e recebeu vasta cobertura de veículos de comunicação de todo o mundo.
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Os atletas se tornaram as estrelas da Vila Olímpica, onde vários competidores pediram para tirar fotos com eles e quiseram escutar suas histórias. Também deram inúmeras entrevistas para a imprensa nacional e internacional, tornando-se conhecidos em todo o mundo.
Durante a cerimônia de encerramento, no Estádio do Maracanã, a equipe mereceu uma menção especial do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach. “Obrigado, caros atletas refugiados. Vocês nos inspiraram com seu talento e espírito humano. Vocês são simbolo de esperança para milhões de refugiados no mundo e terão um lugar no nossos corações para sempre”, afirmou Bach.
O último atleta da equipe a participar da Rio 2016 foi o etíope Yonas Kinde, que correu a tradicional prova da maratona e chegou em 90º lugar, com o tempo de duas horas e 24 minutos. Assim como os demais atletas refugiados, Yonas declarou estar satisfeito com seu desempenho nas Olimpíadas e ressaltou a importância da participação da equipe nos Jogos.
“Estamos mostrando às pessoas que somos seres humanos. Devemos lembrar dos milhões de refugiados e mostrar nosso respeito e amor a essas pessoas”, disse Yonas, logo após concluir a maratona. “Hoje, com minha performance, mostrei que todos os refugiados podem fazer algo importante. Não apenas no atletismo, mas em qualquer outra coisa”, ressaltou o atleta.
A capacidade de realização, determinação e superação dos refugiados foi naturalmente ressaltada pela equipe, em todos as competições nas quais participou. Após visitar os atletas no último fim de semana, a vice-chefe da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Kelly T. Clements, afirmou que os atletas “são um símbolo máximo de espírito humano, determinação e paixão”. Para ela, os atletas representam “histórias verdadeiras de coragem e heroísmo”.
Sobre os resultados alcançados nas provas da Rio 2016, Clements lembrou que “as Olimpíadas não têm a ver necessariamente com ganhar”. Ela disse que “o espírito olímpico está relacionado com a maneira de competir e se apresentar”. Neste sentido, Kelly T. Clements acredita que os atletas refugiados “são verdadeiramente olímpicos” e que a equipe mostrou que “há razões para esperança” em relação às soluções para a maior crise de refugiados da história desde a Segunda Guerra Mundial.
Legado e futuro – Autoridades do COI e do ACNUR já fazem planos sobre o futuro desta iniciativa, liderada pelo Comitê Olímpico Internacional – com o apoio da Agência da ONU para Refugiados.
“A equipe capturou a atenção do mundo e, num curto período de tempo, mudou a conversa sobre refugiados. Não há dúvidas de deixaram um legado ao participar destes Jogos Olímpicos e também inspiraram todos nós a trabalhar mais pela paz e ajudar as pessoas que são obrigadas a fugir das guerras e dos conflitos”, afirmou Kelly T. Clements.
Segundo ela, o ACNUR e o Comitê Olímpico Internacional irão continuar a trabalhar juntos para “oferecer oportunidades aos atletas refugiados e a outros refugiados para que encontrem um futuro em face às adversidades que enfrentam”.
Na semana passada, ao fazer um balanço sobre os jogos em uma entrevista com veículos de imprensa, o presidente do COI disse que o Comitê e o ACNUR “irão cuidar dos refugiados atletas”. Ontem, na cerimônia de encerramento, ele ressaltou este compromisso. “Vamos continuar ao lado de vocês após os jogos olímpicos. Vocês chegaram ao Brasil como convidados, e hoje saem daqui como amigos”, disse o presidente do COI, para quem os Jogos do Rio “demonstraram que a diversidade é enriquecedora para todo o mundo”.
Sobre a equipe de refugiados – A Equipe Olímpica de Atletas Refugiados foi formada a partir de uma iniciativa do COI, que solicitou ao ACNUR a identificação de refugiados com experiência esportiva. Cerca de 50 nomes foram encaminhados pelo ACNUR ao COI, que atuou com as federações e os comitês nacionais em um programa de treinamento dos atletas, culminando com a seleção dos dez refugiados que vieram ao Rio de Janeiro (saiba mais sobre o perfil dos atletas refugiados em http://bit.ly/2bqg9fP).
O ACNUR e o COI são parceiros há mais de 20 anos. Desde 1994, as duas entidades atuam juntas no desenvolvimento de projetos que promovem o esporte como fator de desenvolvimento e bem-estar de refugiados, principalmente crianças. Os projetos incluem a construção de espaços para a prática esportiva, o fornecimento de equipamento e programas de treinamento.
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