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Vidas Refugiadas volta a São Paulo com o retrato de gênero no refúgio

Gessica Comite Nacional para Refugiados, Conare, Gabriela Cunha Ferraz, Maria Illeana Faguaga Iglesias, mulheres refugiadas, Museu da Imigracao, Nckechinyere Jonathan, Victor Moriyama, Vidas Refugiadas março 17, 2017

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Exposição fotográfica mostra o cotidiano de mulheres refugiadas no Brasil. Segundo a idealizadora do projeto, o intuito é mostrar o rosto feminino do refúgio e refletir sobre os desafios para a efetivação de direitos

Por Géssica Brandino

Foram mais de 365 dias, oito capitais e mais três cidades no sudeste, sul e nordeste, com histórias que se multiplicam e laços fortalecidos na defesa de direitos. Para encerrar o primeiro ciclo dessa jornada, a exposição “Vidas Refugiadas” volta a São Paulo a partir de amanhã (18/3), às 11h, no Museu da Imigração, com o intuito de difundir a mensagem de gênero no contexto do refúgio.

Vidas Refugiadas_cartaz divulgacao

Idealizado pela advogada Gabriela Cunha Ferraz junto ao fotógrafo Victor Moriyama, o projeto retrata as histórias de oito mulheres refugiadas da Nigéria, República Democrática do Congo, Burkina Faso, Síria, Angola e Cuba, por meio de 22 fotografias, além de vídeos no site do projeto, com o intuito de mostrar o rosto feminino dessa realidade. Segundo os últimos dados do Comitê Nacional para Refugiados, elas já representam cerca de 30% dos 8.863 refugiados reconhecidos pelo Brasil.

Leia mais: Vidas Refugiadas conscientiza e dá voz às mulheres refugiadas

Pautar a vivência dessas mulheres e contribuir para a conscientização sobre os desafios que cercam a realidade do refúgio são objetivos que têm se concretizado por meio do projeto. Após a inauguração em São Paulo, na véspera do dia da mulher do ano passado, a mostra já esteve em Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Foz do Iguaçu, Porto Alegre, João Pessoa, Rio de Janeiro, Niterói, Brasília e Caruaru.

A advogada Gabriela Ferraz conta que o Vidas Refugiadas superou todas as expectativas, cresceu e tem sido recebido de forma positiva pelo público. “Ao longo do ano foram surgindo várias oportunidades e conseguimos levar o trabalho para várias outras cidades, com a exposição e debates com as refugiadas que fazem parte do projeto. Recebemos mensagens positivas por onde passamos, como em Porto Alegre, em que as pessoas que participaram do debate contaram que a partir dali conseguiram se organizar como coletivo para ajudar na inserção dos refugiados no mercado de trabalho”, conta Gabriela.

De Salvador, ela recorda a emoção da nigeriana Nkeichinyere Jonathan ao ver na cidade e em seus moradores a presença de seu continente. “Numa fala bastante sensível, ela disse que estava muito emocionada por estar naquele espaço e por reconhecer ali os irmãos e irmãs que ela tanto buscava da África e que haviam sido sequestrados dali há anos. Disse que se sentia integrada ali por se perceber parte daquele espaço”, relata a advogada, confessando que foi difícil não chorar naquele momento.

O trabalho de sensibilização se torna ainda mais essencial num contexto em que várias políticas em relação a mecanismos de acolhimento aos refugiados estão paralisadas, analisa. “Infelizmente, hoje em dia temos a política de refúgio no país com retrocessos, sobretudo no número de pessoas reconhecidas no país. A gente tinha uma pretensão de começar a avançar na questão da integração, mas agora percebo que não conseguimos sair da fase de proteção e assistência, que é a etapa número um desse processo”.

Para as mulheres, ela destaca que o acesso à documentação e trabalho são entraves que permanecem. “Há o desafio no acesso ao mercado de trabalho qualificado e que seja compatível com a formação dessa mulher, porque ainda recebemos relatos sobre a inserção de mulheres em serviços de limpeza, mão de obra básica, mesmo para aquelas que já tem nível superior e exerciam suas profissões no país de origem. O outro grande desafio é a documentação. Nesse ano conseguimos reconhecer dois processos de refugiadas que integram o projeto, a Jonathan e da Jeannete, reconhecidas refugiadas ao longo do ano, mas a Vilma, de Angola, e a Maria, de Cuba, aguardam há três anos uma resposta do governo federal. Sem dúvida, esse é um desafio, porque trata do direito mais básico, o de se identificar com um documento. Não podemos falar de integração sem isso”, enfatiza.

A exposição volta a São Paulo com o apoio do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH) do MERCOSUL. O lançamento será amanhã, às 11h, com a participação de Gabriela e das refugiadas Nckechinyere Jonathan e Maria Illeana Faguaga Iglesias, além de representantes do IPPDH e da prefeitura. A exposição ficará aberta ao público até 28 de maio, de terça à sábado, das 9h às 17h. Aos domingos, o horário de funcionamento é das 10h às 17h. A entrada é franca.

Serviço:

Exposição fotográfica Vidas Refugiadas

Data: 18 de março a 28 de maio de 2017, com entrada gratuita

Local: Museu da Imigração do Estado de São Paulo R. Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca

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